
Trauma Emocional: Mitos, Verdades e Como Superar

Quando falamos em trauma emocional, muitas pessoas ainda associam o termo a eventos extremos ou a situações de violência grave. No entanto, a realidade é que o trauma emocional pode ser silencioso, cotidiano — e ainda assim profundamente impactante. Por trás de sintomas como ansiedade constante, dificuldade de se vincular emocionalmente, sensação de inadequação ou reatividade desproporcional, pode existir uma ferida não vista: a da traumatização.
Neste artigo, vamos desmistificar o que é trauma emocional, apresentar alguns mitos comuns, explicar verdades fundamentais e mostrar caminhos possíveis para a superação e o cuidado profundo.
1. Mitos sobre o trauma emocional
🧱 Mito 1: “Trauma é só algo grave, como abuso ou acidente.”
Essa é uma das crenças mais limitantes. O trauma não depende do que aconteceu, mas de como o sistema nervoso da pessoa processou aquele evento. Situações como falta de acolhimento na infância, críticas constantes, solidão prolongada, medo frequente, relações instáveis ou não ser visto/escutado podem ser profundamente traumatizantes, mesmo sem parecer “graves” aos olhos externos.
🧱 Mito 2: “O tempo cura tudo.”
Infelizmente, não é sempre verdade. O tempo pode silenciar sintomas por um período, mas o trauma que não é processado tende a se manifestar de outras formas — no corpo, nas emoções, nas relações e nos comportamentos.
🧱 Mito 3: “Se eu não lembro, é porque não foi importante.”
Muitos traumas ficam fora da memória narrativa, mas permanecem no corpo, no sistema nervoso e nas emoções. A ausência de lembrança não significa ausência de impacto. Sensações corporais, reações automáticas e padrões repetitivos podem ser pistas de memórias traumáticas implícitas.
🧱 Mito 4: “Falar sobre o trauma já é suficiente para curar.”
Falar pode ser importante, mas nem sempre basta. O trauma é uma experiência que afeta o corpo e o sistema nervoso. Por isso, abordagens que integram o corpo, as emoções e a mente tendem a ser mais eficazes, como a (TST) Terapia de Somatização do Trauma, idealizada pela psicóloga Danielli Malini
2. Verdades sobre o trauma emocional
✅ Verdade 1: O trauma não está no evento, está no impacto.
Duas pessoas podem passar por uma mesma situação e reagirem de formas totalmente diferentes. O que determina a traumatização é a forma como o sistema reage e se autorregula — ou não — diante da ameaça.
✅ Verdade 2: O trauma pode moldar a forma como a pessoa se percebe, percebe os outros e o mundo.
Muitas crenças limitantes, como “eu não sou suficiente”, “ninguém me entende”, “eu não posso confiar em ninguém”, têm origem em experiências de traumatização.
✅ Verdade 3: O trauma deixa marcas no corpo e no cérebro.
Regiões como a ínsula, amígdala, hipocampo e córtex pré-frontal são profundamente afetadas. A ínsula, por exemplo, é responsável pela percepção interna e pela empatia. Traumas podem alterar sua atividade, dificultando a conexão consigo mesmo e com os outros.
✅ Verdade 4: O trauma pode ser transformado com o suporte certo.
Quando o trauma é visto, acolhido e trabalhado com segurança, é possível transformar dor em força, sintomas em consciência e sofrimento em presença. O corpo pode reaprender a se sentir seguro.
3. Sintomas comuns do trauma emocional
Nem sempre o trauma se manifesta de forma óbvia. Em muitos casos, ele aparece como:
- Ansiedade generalizada ou crises de pânico
- Dificuldade de confiar ou se vincular afetivamente
- Problemas no sono (insônia ou pesadelos recorrentes)
- Tensão crônica no corpo (mandíbula, ombros, estômago)
- Sentimento constante de inadequação ou alerta
- Evitação de situações sociais ou emocionais
- Necessidade extrema de controle
- Comportamentos impulsivos ou autossabotadores
- Sensação de vazio, apatia ou desconexão emocional
Esses sintomas são tentativas do sistema nervoso de manter a sobrevivência, mesmo que o perigo já tenha passado.
4. Como superar o trauma emocional?
🌱 A superação do trauma não é apagar o passado, mas reescrever a forma como ele vive no corpo e na mente. Esse processo exige segurança, vínculo terapêutico e abordagens que respeitem o tempo e a história de cada um.
Caminhos possíveis:
- Psicoterapia com abordagem somática, como a (TST) Terapia de Somatização do Trauma, que trabalha com corpo, narrativa e emoção.
- Trabalho com o corpo e o sistema nervoso autônomo: respiração, rastreamento corporal, liberação da fáscia, toque terapêutico.
- Reconstrução do vínculo interno: reaprender a sentir e reconhecer os próprios estados internos.
- Relações seguras: vínculos afetivos de confiança ajudam a reconfigurar a forma como nos percebemos no mundo.
- Espaços de expressão emocional: onde a dor possa ser sentida, validada e integrada.
Conclusão
Superar o trauma emocional é possível. Mas antes, é preciso reconhecê-lo — mesmo quando ele vem disfarçado de sintomas comuns ou de “jeitos de ser” que, na verdade, são mecanismos de sobrevivência.
A verdadeira cura começa quando paramos de nos julgar e começamos a entender a nossa dor como uma resposta legítima. Com o apoio certo, o trauma pode deixar de ser prisão e se tornar caminho de transformação.
Buscar Ajuda para Trauma é um ato de coragem e autocuidado. Se você se identifica com algum dos sintomas de trauma ou conhece alguém que precise de apoio, dê o primeiro passo:
- Agende uma avaliação com um especialista em trauma.
- Participe de grupos de apoio ou busque recursos para trauma online.
- Pratique técnicas de autocuidado diariamente.
- Considere a Terapia TST da Danielli Malini como aliada na sua jornada de cura.
Cada jornada de recuperação de trauma é única, mas você não está sozinho(a). Invista em terapias qualificadas, fortaleça sua rede de suporte e permita‑se reconstruir com resiliência e esperança.
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